segunda-feira, 5 de abril de 2010

Aos poucos e inevitavelmente rendia-me às evidências, reparando por enfim nos laços que aos poucos se haviam prendido ao meu peito. No encontro com aquilo que anos e anos se espera a sensação é estranha, invade o medo de cair uma vez mais num abismo sem fundo. É diferente de todos os sabores que testei na vida, nunca o voo foi tão alto, e talvez nunca tenha valido tanto a pena. É como encontrar o que havíamos perdido e pelo que chorámos toda uma vida. É como viver o conto de fadas que consumimos vezes sem conta numa infância feliz de sonhos, inocência e esperança. E hoje é seu nome invadindo, sem que tivesse dado conta, os meus dias, são seus braços enchendo o vazio, quebrando o compasso lento das horas, e o tempo agora voa no fascínio desse meio perfeito. Pequenos gestos revelam as grandes emoções que abrasam a alma e todo o corpo em doces instantes. Nada temo nessas horas, nesses dias em que permaneço nos seus braços, no calor do seu peito, do seu beijo. Quando chega toca-me a alma tão igual á que desejo, traz consigo o reviver de esperanças antes exíguas, os sonhos de uma vida, o motivo maior que transforma o impossível no possível num gesto tão subtil que faz dele de aparência fácil. Desejo seu rosto a cada amanhecer, num encontro de uma imagem que rompe inevitavelmente um sorriso, onde até intocável se torna acessível.

Heaven sent me you*

domingo, 4 de abril de 2010


"Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, às três já eu começo a estar feliz. Quanto mais tempo passar mais feliz me sentirei. Às quatro horas já estarei a ficar nervosa e inquieta; descobrirei assim o preço da felicidade. "