sábado, 28 de novembro de 2009


"As vezes em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um pais
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz "

Fernando Pessoa

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


No fundo eu sei que nada será mais do que aquilo que meus olhos agora podem ver, e que o tempo, veloz ou lento, leva sempre o indesejável, retalhos de páginas viradas, sentimentos extintos. Quanto ao futuro, será sempre a constante incerteza, apenas aprendo a conviver com ele no presente, não prendo esperanças aos sonhos que crio, mas não me proíbo de sonhar .

terça-feira, 24 de novembro de 2009


Corre veloz o tempo. Meu corpo suspende-se na frieza da brisa no espaço. Sem chão, sem ar nem beira. Transformado em marioneta sem fios, sem comando, sem vida. Minha alma flutuante num corpo suspenso, rompe o futuro e de novo se encontra em desencantos breves.
Todas as direcções difundem-se no fundo de um lago azul, nele mergulho meu ser, de amar o inundo. Lavo a alma e a esperança, na ânsia de poder reaver a juventude de uma paixão renovada e forte. Silenciosas verdades flutuam, seguindo o balançar das águas. Tudo se revela, claro e transparente, e nossos corpos dançam, devagar, numa última dança, movem-se na esperança de ver brotar nos corações uma renovada esperança. Buscam no tempo o paraíso, nas vestes os toques, no ar a magia, resgatam do coração os motivos, as origens de um amor que existe, mas vive perdido. Talvez meu olhar e alma ainda vivam sonhando. De novo, é tarde e estou só.
Repela-se meu ser, num arrepio tua essência percorre meu corpo, semeia a saudade. Vivo na quimera de um sonho e dele faço a realidade falaz em que me exprimo. Só desembarco, a minha única bagagem carrego-a no peito.

Hoje a noite veste meu dia.
De claro nem os pensamentos se enchem.
Pessoas vão e voltam,
as memórias são as únicas que ficam,
eternas esperanças presas a nada,
e a nada me prendo também.
O doce sabor de liberdade roça de leve meu corpo,
minha pele imune, meus sentidos desalentados.
Disperso-me pela cidade, corro de longe para longe, ~
o grito solta-se em tom de rebelião,
solta-se mudo,
já só esse silêncio pesado e triste permanece neste lugar.
Repudiei o errado, os desejos proibidos,
as horas vazias, as noites em claro, o rosto húmido,
e a última esperança morreu contigo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Abraço as horas vazias, na corrente leve do vento,
Na saudade amarga que traz o tempo,
Que forte me leva para teus braços.
Sinto teu sabor, teu cheiro,
Fecho os olhos e num instante te vejo
Balançando nesse eterno amor,
Num abraço, num toque, um beijo.
Desejo teu corpo no mais ínfimo suspiro.
Acendem-se esperanças no peito, ardem,
Cravando em chama teu nome na pele.
Recebo teus anseios, seguro-te forte nos teus medos,
Aqui estarás seguro,
Guarda(-me) como única certeza .
Quando de noite de novo voltares,
Quero de manha ao acordares,
Ver teus olhos juntos aos meus,
Ver teus lábios moverem-se e por fim dizer:

“Não te vou deixar!”

domingo, 22 de novembro de 2009


Um segundo, apenas um desejo ainda guardo desde a noite em que decidistes partir, eu assisti quieta, serena, á tua partida, enquanto meu peito e minha alma se desmoronava como um frágil castelo de cartas. Desse desejo de um dia te ver voltar faço esperanças que me agarram aos dias que vivo. Deixaste meu coração em trapos, sem sequer lhe fazeres entender o porque da tua partida. Sinto a tua falta, todos os dias … todas as noites, vejo-te ainda no meu quarto, ouço ainda a tua voz, sinto ainda o teu cheiro como se a tua presença fosse tão certa quanto a vontade que tenho de que ela seja um dia real. Em tudo teu nome se reflecte, em cada passo que dou, a cada segundo em que corre a vida. As saudades são mais que muitas, no fundo quero que percebas a falta que me fazes, a falta que sinto de te abraçar sem pensar, sem motivo, sem tempo contado, sem lugar determinado sem sequer pensar se amanhã ainda teu corpo se dispõe a ser abraçado sem hora. Desejo todos os segundos de volta, todos em que te ter comigo era a única certeza de que necessitava para meu peito transbordar de alegria. Na verdade creio que nunca tiveste certo do bem que me fazias, na necessidade que sentia de te ter bem perto, da maneira como em ti encontrava tudo aquilo que quero, nada esqueço e nada desejo menos do que desejava nesses tempos, todos os meus desejos se duplicaram com a distância, com o tempo, com a mágoa de já não te ter, por meus desejos se tornarem sonhos e não realidades. Todos os dias ainda espero ver-te aqui pela casa, pelo quarto, subindo as escadas do prédio. Eu desejo-te mais do que qualquer pessoa deseja algo. Sou tua, sempre fui, nunca deixei de o ser, nem por um segundo.

“Eu só queria mais um dia para viver essa paixão, mais um dia de magia, de ternura e emoção”.