sexta-feira, 12 de março de 2010


Que golpe baixo, pérfido o teu, mexer desmedidamente comigo e romper esse silêncio que na verdade tu próprio susténs. E tudo apenas e só com o intuito de te certificares que não te esqueço, como se o tempo fosse a borracha da vida, não sei o que leva as pessoas a acreditar nisso.
A ti me obrigas, me empurras sem força dos teus braços para teu peito, me devolves a tristeza que repugno.
Que viagem sem destino, sem sentido embora.
Sendo tão tua, tão pouco me sinto.
Talvez por isso sejas tanto, como um poço sem fundo que tento alagar até ao topo de sentimentos que a vida não te concedeu.
Um amor, tão sem medida, tão sem porquê, e talvez sinta tanto assim por desconhecer a medida daquilo que sinto. Se na vida tudo tem limites, porque é que a vida não estabeleceu um a este?
Tanto se resume a nada, é a esse nada que me entrego na verdade, no frio dos dias, na solidão das noites, como se tudo fosse.
E por nada espero, e quem por nada espera … na certeza nada encontra.




1 comentário:

  1. Ana, devorei o teu blogue de uma ponta à outra, foi impossível parar de ler estas palavras que escreves com tanta alma e coração. penso que este tenha sido o post que mais me tocou. Talvez por saber bem do que aqui falas, por sentir bem o peso de tamanhas emoções. Tens um lindíssimo dom dentro de ti. Continua a escrever que eu prometo ir sempre acompanhando as tuas sinceras e sentidas palavras.

    Beijinho, Denise

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