terça-feira, 12 de janeiro de 2010


Nada chega ao fim enquanto na memória os momentos permanecerem tão vivos, tão fortes que ainda me façam sentir o cheiro do teu corpo, a palma da tua mão confortando meu rosto, a maciez dessa doce pele, e o timbre da tua voz. Enquanto as lágrimas cobrirem meu rosto esse sentimento vive, mais puro, mais forte, mais real … mas tão mais doloroso. Da paz fez-se guerra no meu peito abandonado, meu corpo pesa chumbo, e a alma a ele se prende. A incerteza é o pior dos estados, o silêncio torna-se a pior voz, traz as frases mais penosas de se ouvir, inquieta os pensamentos, esses os únicos companheiros de todas as horas. Faz-me voltar … ou volta, se na verdade foste, e deixa-te ficar por aqui, deixa o solo gravar tuas pegadas, deixa os objectos ganharem teu cheiro, para que durante a tua ausência te sinta perto, deixa me acreditar que momentos assim se eternizam.

(M)

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